Recentemente estreou mais uma produção original da Netflix. A série originada pelas histórias solo dos heróis Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro. Contudo, vale ressaltar que não sou expert nos quadrinhos. Na realidade, não li nenhum e estou aqui para dizer que minha crítica é em relação a série exibida pela plataforma de streaming. Entendo que a crítica ficaria mais completa se eu tivesse lido história que originou o roteiro, mas estamos falando de séries nesse blog.
A série investiu muito em propaganda. E a propaganda serve apenas para aumentar as expectativas de quem está aguardando a série. Mas nem sempre a expectativa supera a realidade. E foi exatamente isso o que aconteceu com defensores.
Furos no roteiro.
Achei que em determinadas ocasiões, um diálogo não se encaixava com o outro, ou mesmo uma cena se encaixava na outra. O roteiro inicia localizando membro por membro dos Defensores e mostrando como cada um está depois de suas histórias terem sido contadas. Um bom ponto de partida. Além disso, acompanhamos todo o drama do Matt Murdock/Demolidor e sua luta para conseguir separar suas duas personalidade. Sendo assim, proporcionando diversos momentos de tensão no qual devemos bater palmas em pé para Charlie Cox na sua atuação. Falando em Murdock, realmente vejo cada vez mais o quanto a Karen não o merece. Tudo bem estar preocupada com a saúde do Matt, ou seu bem-estar, contudo, ela apela demais para o lado sentimental dele, praticamente forçando-o a abandonar de vez a identidade de Demolidor, mas não entende o quanto isso faz parte do Matt.
O gancho do Murdock puxa então para o da Jessica. Uma solução bem pensada para fazer os dois se cruzarem. Contudo, o meu descontentamento foi a partir do momento em que ela vai embora do restaurante após o grupo se reunir. Afinal, como já presenciamos diversas vezes ela odeia ser considerada ou possuir qualquer tipo de estereótipo de heroína. Então o fato de sair do restaurante e passar as respostas que conseguiu para sua cliente fez total sentido. O que não teve nexo foi voltar na mesma noite pra lá, porque observou que estavam de olho na família do cara que se suicidou no seu escritório. Acontece que para mim, não me pareceu ser motivação o suficiente para fazê-la mudar de ideia. Mas o roteiro decidiu embutir a metade da história numa só noite. E nisso pecou. Uma boa solução para a problemática que apresentei seria talvez ela passar a noite conversando com a Trish, e então a amiga convenceria Jessica a se juntar aos Defensores com argumentos construtivos e fortes que realmente a fizessem mudar de ideia.
Sobre a aparição do Danny. Olha. A história do Punho por si só é ruim e mal feita (da série). Acontece que isso só se aprimorou mais em Os Defensores. O personagem decide ir enfrentar o Tentáculo sozinho? Whatfuckisthat? Sempre esquentadinho e nunca raciocinando direito. Achei muito bom o chá de realidade que ele recebeu do Luke. E que discurso Brasil. "Você não está pensando em nada além de si mesmo. Conheço privilegiados quando os vejo. Pode achar que conquistou a sua força, mas teve poder desde que nasceu. Você tem a habilidade de mudar o mundo sem machucar ninguém. Eu pensaria duas vezes antes de usar isso (O Punho) em gente tentando alimentar a família". Nem preciso dizer mais nada né?
Luke querido. Você mitou legal. Só achei incoerente ele ir no prédio do Midland e então do nada, parou no último andar. Sendo que ele foi atrás do endereço do estacionamento. Do estacionamento ele parou lá em cima. Ele foi subindo sem ninguém perceber? Ou só tava no elevador antes da Jessica e do Demolidor chegarem?
Foram pequenas incoerências que foram se acumulando. Entretanto, o erro mais fatal que encontrei nesse roteiro foi a falta de química dos elenco. Tanto o principal, quanto o secundário. O Demolidor teve mais tempo em cena para se desenvolver na trama. Afinal, o foco principal foi nele. Mas os seus companheiros apenas iniciaram suas vidas como "heróis" recentemente. Eles ainda não se adaptaram o suficiente com qual será o papel deles no mundo. Isso ficou meio cru. Porque parecia que a Jessica e o Luke, por exemplo, caíram de paraquedas numa coisa que eles entraram pela moralidade. Logo, ao invés de desenvolver o herói dentro de cada um, o foco ficou na trama Murdock/Elektra, que não estou dizendo que ficou ruim. Mas foram apenas oito episódios, que foi escolhido um foco principal e obviamente alguém ficaria apagado ali.
Acho sim, que deveria ter sido um roteiro bem melhor, sem a necessidade de fazer 13 episódios. Mas, possivelmente, se acrescentasse mais dois teria um desenvolvimento melhor do Tentáculo. Foi muita forçação de barra aquela vilã da Sigourney Weaver (Alexandra). Mostrar que ela é master fodona. Senti que queriam dar um toque de Wilson Fisk nela. Mas não foi uma coisa nova. Nada novo. Tudo repetido. Todo o caos repetido. A parte que a polícia que quer prender o herói repetido. Não entendeu? Lembra de Demolidor na primeira temporada? Luke Cage primeira temporada? Jessica? Pois é. Mais do mesmo.
Fora os problemas de desenvolvimento do roteiro, quero dar um super destaque com direito a meme de reverência para a direção de arte e fotografia da série. Foi muito interessante os filtros usados nos arcos de cada um. Demolidor um pouco avermelhado. Jessica Jones azulado. Luke amarelado e do Punho esverdeado. Além disso, quando unia um herói com o outro a iluminação se dividia entre as cores dos presentes. Sensacional. Tudo isso em um maravilhoso trabalho da direção artísticas com a direção de fotografia de mãos dadas.
Para fechar, Os Defensores precisam seriamente de um roteiro nível Demolidor (1ª e 2ª Temporada), Jessica Jones e principalmente Luke Cage. Contudo, não esquecendo da importância de uma boa inovação. Elenco precisa se entregar melhor para a história e os diálogos precisam ser mais bem estruturados para então desenvolver melhor o relacionamento dos personagens como um time. Essas foram certamente as coisas que mais senti falta. E claro, e certamente sem dúvidas ALGUÉM precisa desenvolver melhor a trama do Punho. Porque está muito fraca. Beijos de luz! 😉😉
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